quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Torcedor Gremista tem uma missão: alistar-se no Exército Gremista


Todo torcedor gremista conhece a história gloriosa do Imortal Tricolor. Pois agora, o Grêmio quer conhecer melhor o seu torcedor. Em uma ação inédita em todo o Brasil, o Tricolor está realizando um cadastramento de seus torcedores, na campanha chamada Exército Gremista.

De acordo com Germano Jaeschke Schneider, cônsul do Grêmio em Cerro Largo, a intenção do clube é conseguir direcionar suas ações de marketing de acordo com o perfil de seus torcedores.

Participar é muito simples: o torcedor se cadastra e passa a receber toda a atenção do clube, através de benefícios e vantagens exclusivas. O cadastro pode ser feito pela internet, no site do clube (www.gremio.net) ou no da própria campanha (www.exercitogremista.com.br). Todo gremista pode participar.

- Pode não, deve participar – diz Germano – será muito importante para o clube ter estas informações a respeito de seus torcedores. Todos os gremistas devem se alistar no Exército Tricolor.

Germano informa que o torcedor ainda terá a opção de adquirir seu Cartão do Torcedor Gremista, com o qual ele poderá comprar seu ingresso pela internet com toda a facilidade, ganhar descontos em diversos produtos da loja Grêmio Mania do Estádio Olímpico ou da loja virtual, exclusivos para esta promoção, além de receber um pin folheado em prata. O custo do cartão é de R$5,00. Aqueles que são sócios do clube, precisam apenas atualizar seus dados para também participarem destas vantagens.

O cadastramento não torna o torcedor sócio do clube, e não haverá nenhum custo adicional além do cartão.

- Gremista, participe você também: aliste-se no Exército Gremista – finaliza Germano, que já está providenciando junto à direção do Grêmio formulários para aqueles que não têm acesso à internet.




- Matéria que será publicada nas próximas edições dos jornais Folha da Produção e Gazeta Integreção, mas que você lê antes no ADHD.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Margens plácidas

Valendo uma das tantas garrafas de Heineken que sobraram da festa do meu casamento: que local é mostrado na foto abaixo mostra?


Difícil?

Facilito então: fica alguns metros abaixo do monumento da seguinte foto. A segunda garrafa de cerveja vai para quem identificá-lo:



Caso você ainda não tenha passado o cursor do mouse sobre as imagens, lendo as legendas, digo que a primeira mostra as margens plácidas do riacho Ipiranga, na cidade de São Paulo, de onde foi ouvido o brado retumbante de um povo heróico, de acordo com as belas e empoladas palavras de nosso parnasiano hino. O monumento foi construído no local onde, supõem-se, nossso primeiro imperador ergueu sua espada e proclamou a independência do Brasil, fato que completou 187 anos ontem.

Monumentos desta grandeza não são muito comuns em nossa pátria verde-amarela, famosa por negligenciar ou até menosprezar os fatos e figuras de seu passado. De acordo com as imagens difundidas, o príncipe D. João era um gordo estúpido e comilão, D. Pedro I um tarado, D. Pedro II um velho dorminhoco, e assim vai. Não que estas pessoas não tivessem seus defeitos, assim como todos temos, mas é inegável que a contribuição deles para o Brasil suplanta em muito seus defeitos, por assim dizer.

Essa visão debochada, apesar de já existir ainda no período monárquico, deve ter-se intensificado na segunda metade do século passado, quando o pensamento de esquerda tornou-se verdade absoluta nos meios acadêmicos e formadores de opinião. Afinal, tais figuras representavam a classe dominante e opressora do povo, então fazia-se necessário denegrir suas imagens.

Do outro lado da fronteira, é difícil encontrar uma cidade argentina ou uruguaia onde os generais San Martín e Artigas, líderes da indepedência dos respectivos vizinhos, não recebam algum tipo de homenagem, seja uma singela placa ou um majestoso monumento equestre, sem falar nas cidades, praças, ruas, parque e até times de futebol cujos nomes lembram os líderes e seus companheiros.

Agora, num exercício rápido de memória, não consigo me lembrar de algum monumento em memória a D. Pedro I no meu Rio Grande do Sul. Há ruas, praças, é verdade, eu inclusive morei muitos anos numa Rua Sete de Setembro, nome onipresente em praticamente todas as cidades do país, mas é algo que passa quase despercebido em nosso cotidiano. Durante o feriado “comemorado” ontem, muitas pessoas que eu indaguei não souberam dizer o porquê de não precisarem ir ao trabalho/escola. Assim como a maioria das pessoas deve desconhecer a existência de um belíssimo monumento em mármore e bronze no local onde nossa indepedência foi proclamada, sobre o qual descansam os restos mortais de D. Pedro I.

É triste um povo que ignora e desreipeita seu passado. Mas em se tratando de um povo que ignora seu próprio presente, até que é algo compreensível.

Em tempo: como nada está tão ruim que não possa ser piorado, a espada que D. Pedro ergue no belo alto-relevo em bronze no Monumento à Independência, estava quebrada, como todas as demais da obra.



quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Coitado do Serelepe

Cena 1: sábado à noite, saindo do Salão Paroquial que acabara de ser reinaugurado. Uma criança, sete ou oito anos, sugere à mãe e à irmã: “vamos para casa olhar novela”.

Cena 2: domingo à noite, o Capitão pergunta ao palhaço Serelepe se estava tudo bem. O astro do espetáculo, num daqueles improvisos que apenas os mestres das artes cênicas podem e conseguem interpor, alfineta a plateia: “bom nada, estaria bom se tivesse mais gente”.

Domingo não passa novela, ao menos que eu saiba, mas existe algo tão ruim quanto que atende pelo nome de Fantástico, e que só serve para duas coisas: ver/admirar a Patrícia Poeta e fazer aquela piadinha tão infame como engraçada: “viu o fantástico domingo?”.

Claro que existe uma penca de outros programas, mas a grande maioria do mesmo (baixo) nível da atração global, quando não uma cópia barata, como é o caso da TV da igreja universal. E posso até apostar que a menininha do primeiro parágrafo estava em frente à TV na hora em que o palhaço proferiu seu irônico comentário.

Este é um desabafo não apenas contra a má qualidade da programação da TV, ou contra o péssimo hábito da população em geral em restringir seu tempo livre ao que os canais de TV oferecem. Este é mais um desabafo contra a população de muitas cidades do interior que não prestigiam as raras oportunidades que temos à disposição para preencher o vazio cultural ao qual estamos condenados. Uma companhia de teatro, que apresenta diariamente excelentes espetáculos, muito bem encenados, extremamente engraçados e a um preço simbólico, míseros R$ 6,00, ainda assim é pouco prestigiada. Meu Deus do céu, não consigo entender uma coisa dessas.

O Teatro de Lona Serelepe é uma trupe mambembe que percorre as cidades apresentando diversas peças, ficando em um local até saturar, ou perceberem que não há mais motivos para ali permanecerem. As peças se resumem a histórias onde um dos personagens é o divertido e esperto Serelepe, que rouba a cena com seus comentários e suas interpretações.

Existe pouca coisa na televisão que consiga rivalizar com o humor espontâneo de um palhaço como o Serelepe, seja nas massantes séries norte-americanas, seja num previsível Casseta & Planeta, seja entre os fracassados humorista que compõem o elenco de Zorra Total.

Espero que comentários favoráveis daqueles poucos que tiver o prazer de assitir às peças tenham a persuasão de reverter este quadro, e que sejamos contemplados com mais atrações como estas.

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