sábado, 31 de janeiro de 2009

10 coisas para se fazer ao invés de olhar um filme.

Teve uma época que eu sabia muito de cinema. Para vocês quatro terem uma idéia, dos cinco indicados para o Oscar 2000 eu tinha visto quatro deles antes da entrega do prêmio, a saber: o vencedor Beleza Americana, A Espera de um Milagre, O Informante (quase me fez perder o ônibus para Cerro Largo), e O Sexto Sentido. Apenas um tal de Regras da Vida que passou em branco.
Eram outros tempos, eu morava em Porto Alegre, a poucos metros do Cinemark do Bourbon Ipiranga. Mas antes eu já tinha uma boa bagagem de locadoras de VHS.
Mas tudo se perdeu...
Há poucos dias foram divulgados os indicados para o Oscar 2009 (os meus amigos blogueiros Marcus e Guilherme já se pronunciaram sobre o assunto) e... pasmem... não tinha ouvido nem falar de NENHUM dos que concorrem à melhor filme (O Curioso Caso de Benjamin Button, Frost/Nixon, O Leitor, Milk - A Voz da Igualdade, Quem Quer ser um Milionário?).
Serei eu um alienado?
Olha, sinceramente eu não me considero um alienado, muito pelo contrário, apenas abri mão do cinema. Não que eu considere a Sétima Arte como algo ruim ou de menor importância, não é bem assim, apenas não consigo encontrar tempo para assistir filme em meio a minha vida atribulada, seja pela TV (isso que tenho Sky em casa), seja pelo cinema (quando estou em Porto Alegre).
Mas dirão os liberais: "o tempo é a pessoa quem faz".
Eu até concordo. Tanto é que preencho meu tempo com aquilo do qual eu gosto ou preciso. Tanto que resolvi elaborar uma pequena lista de coisas que eu prefiro fazer ao invés de assistir algum filme.
Ela não foi feita com nenhuma ordem de importância e foi levado em consideração que um filme dura em média 2 horas, ou 120 minutos.
1-Dormir: eu consigo dormir, em média, 6 horas por noite. Imaginem se tivesse mais duas horinhas de sono. Que maravilha...
2-Ler um livro: é claro que dificilmente se poderá ler um livro em sua totalidade em apenas 120 minutos, mas muitas páginas podem ser lidas neste período. Digo isso por estar sendo muito relapso em minhas leituras, isso tendo mais de 15 livros na minha biblioteca para serem lidos, e esta lista não para de aumentar.
3-Estudar: dizia um professor de patologia: "existem dois tipos de patologistas: os que acham que sabem patologia e os que admitem que não sabem patologia". E penso que isso vale para todas as atividades, assim como na minha odontologia. E quanto mais eu estudo, mais eu vejo que têm coisas para ser estudadas e aprendidas. E essas duas horas fazem muita falta.
4-Tomar uma, ou melhor, duas cervejas: só pra deixar bem claro, quando eu falo em cerveja aqui no ADHD Controlado não me refiro àquela garrafa que tu pega na gôndola do supermercado, joga no freezer e consome "estupidamente gelada", mas sim ao fermentado de cevada, temperado com lúpulo, que o cara escolhe na adega, de acordo com o tempo e o ânimo, deixa na temperatura adequada, escolhe o copo correto, abre, degusta, aprecia os aromas, os sabores, o malte, o lúpulo, o fermento, e todas a nuances. Tudo isso bem acomodado, em uma poltrona ou algum lugar tão confortável, sem televisão, jornal, livro, computador ou barulho para disputar a atenção, apenas o prazer da bebida. Acho que o intervalo de duas horas pode bem ser utilizado para tomar duas cervejas.
5-Cozinhar: agora dirão os entendidos, com pedras nas mãos: "mas duas horas é pouco para se preparar um prato decente". Concordo em termos. Mas pô, são duas horas, dá pra preparar um bom molho, um bom nhoque, um caldo...
6-Escrever: quando voltei de férias, propus-me a escrever mais, tanto aqui quanto , mas janeiro foi o mês com menos textos aqui no blog. E em 120 minutos, dependendo da inspiração, posso escrever muita coisa interessante, aproveitando a lista de assunto que tenho pra tratar. É só uma questão de trabalho. E como diria o Charles Kiefer, "sempre que a inspiração me bate à porta, encontra-me escrevendo".
7-Futebol: 120 minutos? Não é o tempo de de uma partida de futebol com seu intervalo? E querem algo mais intrigante, com mais suspense e desfecho inusitado do que um jogo de futebol. Um dos meus objetivos de vida é ver mais jogos, queira Deus que um dia eu consiga.
8-Caminhar: talvez não seja o caso de todos, mas pra quem fica o dia inteiro sentado, como faz falta um período de exercício e atividade física. Um momento para alongamento e caminhada, pedalada, natação, seja lá qual for o esporte, isso faz muita falta.
9-Conversar: seja ao vivo, seja virtualmente, como é bom estabelecer um contato com outar pessoas, ouvir novas idéias e pensamentos. Por isso que eu acho fantástica a idéia de Paul Harris ao fundar o Rotary: colocar num mesmo local um advogado, dentista, engenheiro, comerciante, agrônomo, etc, pessoal com idéias e formações diferentes, proporcionando um apreendizado mútuo incrível. Por isso que umas das poucas coisas que me faz sair de casa à noite é uma reunião do Rotary.
10-Nada: puxa vida, coisa bem boa ficar no ócio, sem fazer nada, apenas contemplando, sabe-se lá o quê. Acho que nem sei mais o que é isso, de tanto tempo que não tenho esse prazer.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Cruce de Ferrocarril

Percorrendo as estradas argentinas é bastante comum topar com placas com a frase acima. Só que ao invés de se deparar com um cruzamento de estrada de ferro, o que se vê na grande maioria dos casos são pequenas saliências no asfalto e restos de trilhos cobertos pela vegetação em ambos os lados.

A cena é freqüen... epa, frequente e corriqueira, pois tal qual ocorreu no Brasil, a Argentina deixou milhares de quilômetros de trilhos no completo abandono. Acontece que do outro lado da fronteira este abandono é muito mais evidente por uma simples razão: a malha ferroviária argentina era muito maior do que a nossa, chegando a ser uma das maiores do mundo com seus 47.000 Km, enquanto que no Brasil o total chegava a 30.000 Km numa área territorial muito maior. Somente a título de curiosidade, as duas malhas podem ser vistas nos mapas abaixo, retirados da sempre consultada Wikipédia.

Mas este não é mais um daqueles manifestos anti-patrióticos (ainda não aprendi como usar o hífen após o Reformão 2009), apenas uma constatação do descaso com o transporte ferroviário, descaso este que se torna muito mais evidente do outro lado do rio Uruguai por diversos motivos:

- Uma rede ferroviária mais extensa e mais densa (mais trilhos em menor área);
- As rodovias acompanham o traçado das ferrovias, sendo possível acompanhar por longos percursos as linhas e seu abandono;
- Significativo número de estações de trem abandonadas, principalmente junto às rodovias;

Aliás, este é outro ítem que chama a atenção: não vi cidade de porte médio para cima que não apresentasse uma estação ferroviária ou abandonada ou utilizada para outro fim, num cenário bastante triste para aqueles que (estranhamente) são atraídos pelo transporte ferroviário. E a imagem também é constante em pequenas cidades que visivelmente cresceram às margens dos trilhos.

Mas quais os motivos que levaram a este esfacelamento do transporte férreo, tanto lá quanto cá?
Bem, o principal motivo alegado é a inviabilidade econômica, o que é não apenas um bom motivo mas quase que um motivo suficiente por si só. Afinal, por que insistir em algo que não compensa financeiramente? É comprovado que o transporte de passageiros por trens só é viável em curtas distâncias como nos grandes centros metropolitanos, e até aí tudo bem, mas e o transporte de cargas?

Quantas carretas são necessárias para carregar a carga que apenas uma composição consegue transportar? Não há como comparar a economia de petróleo, pneus, asfalto, monóxido e dióxido de carbono que teríamos se muito do que hoje é transportado por caminhões fosse levado pelos trilhos. É bem verdade que existe um custo social nisso, milhares de famílias vivem em função dos caminhões, e sei que muitos podem vir até aqui bradando chaves de roda em minha direção por supostamente ameaçar seus empregos (como se eu tivesse força e poder para tanto), mas penso que outros fatores também devem ser considerados e avaliados, não só do ponto de vista laboral.

Bem, o abandono das estradas de ferro (nos dois países em questão) deu-se com mais evidência a partir dos anos oitenta (mesmo que o processo já viesse em andamento), culminando com os desmantelamento nos governos Menen-Collor (ô duplinha...), sempre sob a alegação da inviabilidade econômica. É provável que houvesse muitos outros interesses em jogo, tanto que muitos ramais vêm sendo reativados nos últimos anos.

Mas é certo que o transporte ferroviário não morrerá, pois ainda não há nada melhor para o transporte de grandes quantidades de cargas. E como toda atividade ele passa por diversos momentos e fases, mas sempre terá a sua valia. É bem provável que aquelas pequenas estações de trem pelas quais passei em minhas férias realmente não tenham mais razão de existir, e que por seus trilhos não haveria muito o que transportar. Tiveram sua época, sua importância, e deixaram seu legado (um dia quero escrever sobre os times de futebol criados por ferroviários, mas isso já é outra história para um outro blog), Mas é inegável que nostálgicos se emocionam com estes momumentos de um passado glorioso e difícil de se olvidar, e que mesmo erroneamente se percam em devaneios como o de que não há mais lugar para os trilhos nos dias de hoje.


Foto: arquivo pessoal.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Não vá à Casapueblo

Um dos muitos planos que tenho (e que não tenho certeza se conseguirei realizar) é intercalar minhas férias de acordo com uma classificação que eu mesmo elaborei: num ano férias para conhecer,e noutro férias para descansar.

Bem, os próprios termos são auto-explicativos, mas uma pequena explanação sempre é válida: eu posso ir para uma cidade qualquer que eu não conhecia e querer conhecer tudo o que de bom ela oferece. Tais passeios podem ser um pouco cansativos, e acabamos voltando felizes, satisfeitos, mas talvez ainda cansados. Mas eu também posso ir para uma praia, acampar ou para a serra, passear, caminhar sem rumo, deitar numa rede, ler à sombra de uma árvore ou no banco de uma praça. O objetivo não é conhecer algo novo ou interessante, mas sim relaxar.

E a minha idéia para um futuro ideal é: numa ano, vou conhecer algum lugar diferente; no seguinte, vou descansar. Bom seria se pudesse fazer este rodízio de modo semestral, mas nas atuais conjunturas não acalento esta possibilidade.

Um dos problemas em conhecer lugares diferente é que podemos acabar perdendo nosso tempo com bobagens que por contarem com uma boa estratégia de marketing terminam atraindo alguns turistas menos avisados, como é o caso deste que vos escreve. Querem um exemplo? A Casapueblo, no Uruguay.

Mas antes de entrar em detalhes, quero deixar um alerta ao meus poucos leitores. Como eu seria mais feliz se alguma boa alma tivesse feito o mesmo comigo:






"Não entre na Casapueblo!"





Isso mesmo, não entre lá, não pague para vê-la por dentro! Você irá se decepcionar, estará pagando para ver praticamente a mesma coisa que consegue pelo lado de fora da casa, "de grátis". Bem, ao menos que sua intenção seja comer algum lanche caríssimo ou comprar uma das (muito sem-graça) obras do autor da casa, que é só o que se pode fazer dentro dela.
Talvez eu devesse ter explicado antes, mas a Casapueblo é um prédio branco, construído na praia de Punta Ballena (que dá nome a uma marca de deliciosos alfajores), próxima a Punta del Este, e que é anunciada como uma das principais atrações do país, o que é uma tremenda maldade, justamente em se tratando de Uruguai, um país tão belo e com tanto a oferecer. Mas voltando à casa, o seu estilo arquitetônico chama bastante atenção, é verdade, mas ela pode muito bem ser admirada pelo lado de fora, sem a necessidade de se pagar ingresso para ter acesso às míseras coisas que oferece. Não vale à pena, é dinheiro posto fora. Se eu soubesse, ou se alguém tivesse me precavido, teria guardado os 90 Pesos Uruguayos da entrada e gasto em Zillertal.



Espero ter contribuído para evitar a decepção de alguém.
Foto: Wikipedia

domingo, 11 de janeiro de 2009

Retorno

Após um breve porém reconfortante período de férias, estou de volta às minhas atividades normais (leia-se trabalho, trabalho, estudo e ocasionais textos aqui e no FutebolForça).

Volto mais animado e empolgado. Vi muitas coisas interessantes e que servirão de assunto para diversos relatos aqui. Desde, é claro, que o tempo permita. Pois a minha intenção é
Aliás, ainda não estou adaptado às novas normais gramaticatias, ou seja, o trema ainda será visto por aqui, assim como alguns hífens...
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