quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Eliminado? Não dá nada.

Confesso não me lembrar de alguma vez que o meu Grêmio fora eliminado de alguma competição e eu me mantive tão tranqüilo quanto hoje. É verdade que gostaria de ter vencido, ou eliminado o inter, mas sem estresse.

Quando foi decidida a utilização dos jogadores reservas, o time abdicou de praticamente toda pretensão na Copa Sulamericana. Com uma bela campanha no Campeonato Brasileiro, com reais possibilidades de ser campeão, como desviar o foco com uma competição que ainda não empolga ninguém? Deixem-na para quem não almeja mais nada no Brasileirão.

E nem me lembro quando foi o último Grenal que eu perdi.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Uzbeque


Valendo uma Schimitt Magnum lá no Vitório pra quem responder, prontamente e sem perguntar pro Google, qual é o país cuja capital é Tashkent e a unidade monetária é o Som.

Bem, acredito que são poucos que saibam, mas na Ásia Central existe uma ex-república soviética, cujo presidente trabalha em Tashkent e cuja população compra pão pagando com Som. Esse país é o Uzbequistão.

Pois é neste país que o brasileiro Rivaldo, campeão do mundo em 2002, irá jogar, mais precisamente numa equipe chamada Bunyodkor.

Não sei qual é o valor do contrato, mas será que a proposta foi tão superior a qualquer outra que ele conseguiria num lugar menos exótico e que também recruta jogadores brasileiros, como a Ucrânia e o Bahrein? Não me venham com esta história do que o jogador quer fazer um mergulho cultural em uma sociedade distinta da nossa. O Rivaldo é o típico jogador de futebol que leva para o exterior a família, os vizinhos, os parentes dos vizinhos, e que não abre mão do pagode e da feijoada. Duvido que tenha tentado aprender espanhol, mesmo jogando na Espanha.

Após alguns anos no AEK da Grécia, agora vai ele para um lugar que era ponto de passagem da Rota da Seda, e que durante a ditadura soviética produzia algodão para a URSS.

No fundo do poço, havia um alçapão.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Pobre goleiro

Não existe função mais ingrata do que a do goleiro. E não estou me referindo apenas ao futebol, mas a toda e qualquer modalidade esportiva. Até não entendo o que leva alguém em sã consciência a querer jogar no gol. No meu tempo, a tarefa sobrava para os ruins com os pés ou os poucos gordinhos da turma. Como eu me enquadrava nos dois aspectos, acabava no arco (pelo número de gordinhos que existe hoje em dia, acredito que esta situação não deva permanecer, hoje estamos em maioria - eu estava a frente do meu tempo).

Bem, o centro-avante pode errar 9 chutes, se fizer o décimo pode estar consagrado. O goleiro pode defender 9 chutes, e se falhar no décimo a casa cai.

E o que se falar quando o jogador, quando menos espera, é obrigado a calçar suas luvas e entrar em campo, num jogo importante, de uma hora para a outra? O goleiro David, do Clube Náutico Cabiparibe, somente foi relacionado para compor o banco de reserva porque o titular Eduardo não vinha tendo um desempenho satisfatório, dando lugar ao seu suplente André. Mas André se machucou, e o jovem David teve que assumir a responsabilidade de segurar o melhor ataque da competição, o líder do campeonato, num jogo onde seu Náutico tentava desesperadamente fugir do grupo de 4 infelizes que padecerão 2009 na Segundona.

Pobre goleiro, seu nervosismo era nítido. Toda bola alçada à sua área causava temor na torcida pernambucana. Até que o gol Gremista saiu, aos 49 do segundo tempo. E David não teve culpa.

Se não fosse contra o Grêmio, confesso que ficaria com pena do goleiro.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

As últimas da terra da garoa II

Como já escrevi anteriormente, na cidade de São Paulo "...não há atrativos que mereçam uma visita exclusiva." Mas se você tiver que fazer seu visto para ir aos EUA, perder a conexão do seu vôo, fazer algum tratamento médico mais especializado, enfim, essas coisas que levam as pessoas para lá, existem lugares até um pouco interessantes para se ver.

Começo com o Mercado Municipal, ou simplesmente Mercadão. Acredito que não exista nada que faça parte dos hábitos alimentares de uma pessoa normal que não esteja à venda numa das bancas deste mercado. Uma miscelânea de cores e odores, queijos diversos, vinhos variados, temperos mil, embutidos, azeites, verduras, frutas, castanhas, tudo.
















O local em sim já se destaca, um belo prédio, com bonitos vitrais. No mesanino é possível provar, entre outros, o famoso pão com mortadela, um legítimo clássico paulista. Logo a mortadela, por aqui relegada a um nível gastronômico inferior, lá é um quitute, capaz de fazer os comensais esperarem em longas filas para degustá-la.










No térreo, imperdível e também clássicos são os doces sírios (por favor, não confundam com os similares vendidos no Habib's ). Esses, com certeza, deixarão saudades, além dos quilos a mais.

domingo, 17 de agosto de 2008

Vovô Bernardo


“Muito obrigado, vovô. Obrigado por aquilo que de mais importante o senhor nos deixou: seu exemplo.


Exemplo de vida em família, educando com dedicação seus 7 filhos, que lhe deram 18 netos e 5 bisnetos.


Exemplo de vida cristã, educando na fé e na espiritualidade, nos deixando a certeza que um dia nos reencontraremos na vida eterna, nas graças de Deus Pai.


Exemplo de empreendedorismo, não desistindo diante dos percalços e das dificuldades da vida e nunca se acomodando.


Exemplo de cultura, nos ensinando o prazer da leitura.


Exemplo de doação e de participação comunitária, onde muitas entidades se beneficiaram do seu trabalho gratuito e despretencioso.

Este é o seu principal legado, o que de mais forte nos deixou: o seu exemplo. Além, é claro, da saudade.”
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Hoje, 17 de agosto, faz um mês que o vovô nos deixou. Fica com Deus.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Alívio

O inter campeão da Libertadores e do mundo em 2006 tem uma explicação: planejamento. É claro que outros fatores também importantes tiveram sua participação decisiva (qualidade dos jogadores, raça, uma boa estrutura, determinação, sorte, ajuda do juiz no jogo contra o Nacional, jogador saopaulino sendo expulso aos 11 minutos do primeiro tempo, Rogério Ceni tomando um frango, desfalques e apatia do Barcelona...), mas o colorado somente chegou ao topo porque fez um bom planejamento. Com o grande objetivo de igualar as conquista do rival, foi montado um time forte, com jogadores de qualidade e apropriados para o desafio. E conseguiram.

A queda de rendimento em 2007 era normal e até esperada. Afinal, quem não relaxaria após chegar ao ápice? O inter do ano passado nunca me preocupou, mas sim o de 2009.

É sabido e notório que o grande objetivo do inter é ganhar a Libertadores no ano do seu centenário. Todo grande time faz altos planos para marcar os 100 anos de sua fundação. O Grêmio também almejou a América, mas paramos na Colômbia, vimos o rival ganhar o Gauchão e passamos o Brasileirão inteiro fugindo do rebaixamento.

Os nossos rivais da beira do lago Guaíba sonham com um belo 2009. E se preparam para isso: estão montando um belo time, com jogadores conceituados e de qualidade. Um investimento elevado, a folha de pagamento do inter é uma das mais caras do país, senão a maior. E estão sendo feitos contratos longos, para que o time já tenha um bom entrosamento. Mas alguma coisa está dando errado.

O time foi eliminado prematuramente da Copa do Brasil e no Brasileiro está distante do grupo de classificados para a próxima Libertadores. E pelo que mostrou ontem no Grenal pela Copa Sulamericana, o futuro não parece ser muito promissor para o colorado. Mesmo com o time cheio de estrelas, não conseguiu transformar o seu favoritismo em vitória perante os reservas do Grêmio.

Tudo indica que o inter tenha que se contentar com o Brasileirão no ano de seu centenário. Os colorados devem estar preocupados. Mas só eles...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Grêmio - Campeón del Torneo Apertura 2008.


Quando a CBF adotou a fórmula de pontos corridos para a disputa do Campeonato Brasileiro, a partir de 2003, vi as chances do meu Grêmio tornar-se campeão minguarem. O Tricolor sempre costumou destacar-se em jogos de mata-mata, sabendo se aproveitar do regulamento e se superando nos momentos finais. Um campeonato longo, sem jogos decisivos na prática não favorecceria o nosso modo de jogo.

E minhas profecias foram tornando-se realidade. No primeiro ano, logo em meio às comemorações do nosso centenário, lutamos durante todo o torneio para não sermos rebaixados. Em 2004, a mesma penúria, só que com um resultado final muito, mas muito pior.

Após uma pausa em 2005, quando aproveitamos para reforçar a nossa auto-estima, tivemos um lampejo de esperança em 2006, quando pensamos que poderíamos ameaçar o líder São Paulo. Em vão: os paulistas conseguiram manter uma distância segura até o final. Restou-nos o consolo da vaga para a Libertadores.

Mas a história se repetiu em 2007, quando vimos, de longe, outras torcidas lutando e comemorando.

Neste 2008, tudo indicava que teríamos mais um Campeonato Brasileiro complicado. Após o fracasso no Gauchão e na Copa do Brasil, os mais pessimistas já falavam em rebaixamento. Os otimistas apenas almejavam uma vaga à Sulamericana.

Mas não foi bem assim. Os jogos foram se sucedendo, as vitórias vindo, inclusive fora do Olímpico, e terminamos o primeiro turno num incrível primeiro lugar.

Ninguém está acreditando, mas é verdade. A tabela acima comprova.

Mas o que significa o título "simbólico" do primeiro turno do Brasileirão? A princípio, nada. Apenas que estamos no caminho certo.





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Se o nosso campeonato fosse confuso como o argentino, o Grêmio seria campeão do Torneio Apertura, já sendo um dos dois campeões nacionais de 2008 (o outro seria o campeão do Clausura). Se fosse no Uruguai, o Grêmio já estaria classificado para a final, que disputaria com o campeão do Clausura, exceto se também conquistasse esse, recebendo automaticamente o título.
Acho que o nosso regulamento, apesar de um pouco sem graça, é menos confuso.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Fútbol


Um amigo meu esteve passeando em Buenos Aires dias atrás.

Que inveja...

Se tem um lugar do qual eu gosto é Buenos Aires. Isso que eu fui para lá apenas uma vez. Foi amor à primeira vista.

É difícil de explicar, mas deve haver algo de emocional nisso. Eu estava num período complicado da minha vida, quando resolvi conhecer a capital argentina, através de uma excursão, num feriado de Corpus Christi. Foi uma passagem rápida, porém marcante. Saí de lá decidido a voltar, com mais tempo para passear por suas ruas, livrarias, praças...

Bem, ficar com inveja não adiantava muito. Já que desta vez não podia ir para lá, por que não trazer algo de lá para cá? Bingo. Uma das coisas mais chatas para um turista são as encomendas que ele recebe. Mas como são chatas para quem vai e não para quem fica, não pestanejei. Pedi três coisas: uma delas relatarei em outro texto. A segunda, uma camiseta do Almagro. É claro que ele não achou, seria o mesmo que pedir uma camisa do XV de Piracicaba para alguém que vai a São Paulo. A terceira, um livro.

Se existe algo que existe com fartura em Buenos Aires são os livros. Só na Avenida Corrientes há uma livraria ao lado da outra (as vezes, intercalada com algum teatro). Pois o meu amigo foi a uma desta, e não foi a uma qualquer: num antigo teatro, a rede El Ateneo instalou uma bela loja, de onde veio o livro que eu encomendei: El nacimiento de uma pasión, de Alejandro Fabbri.

Não conheço o autor, nem sei se ele é um idiota como o Maurício Saraiva, mas o livro é bom. Ao menos, até onde eu li. Conta como foram criados os principais clubes de futebol da Argentina.

Não, não é um livro sobre o Boca e o River somente, mas sim sobre Talleres, Olimpo, Morón, Chacarita, Ferro Carril Oeste, Almagro, Huracán, Atlético Rafaela, Godoy Cruz, Estudiantes, Platense (time do autor), além, é claro de Boca e River, entre muitos outros.

"La influencia de los médios masivos de comunicación, los éxitos deportivos originados en un poderio econômico que se ha ido ampliando con los años, una distribuición económica que premia al poderoso y a quien recibe un mayor favor del público, todo eso ha edificado un fútbol desigual, con dos entidades que largamente exceden al resto. Más allá del esfuerzo, la seriedad y el profesionalismo de otras instituciones que compitem deportivamente, pero que no pueden pelear el reparto del dinero ni el favor de los medios.

Hoy, resulta muy difícil que la juventud apunte a fortalecerse em el club de su barrio o de su entorno. Es inmensamente sencillo (y hasta ahorra sufrimientos) hacerse hincha del más grande, porque así puedo ganar, trascender y cargar a los demás. Me siento superior porque mi clubes grande. Comparto amores com innumerable cantidad de hinchas que no tienen nada que ver conmigo, pero tenemos el mismo amor por esos colores."


Disse tudo.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Ciró

Não gosto de dar presentes. É verdade, não gosto.

E nem é uma questão de mesquinhez, ou de misantropia. Na verdade eu não gosto de comprar presentes. Ou melhor ainda: não gosto de ter que escolher presente para alguém, seja ele quem for.

Acredito que um presente deve aliar utilidade com criatividade (e por que não, algum timming). Por exemplo: uma cafeteira é algo útil, todo ser humano normal gosta de e toma café. Agora um dicionário letão-basco é algo que poucos terão a oportunidade (ou a necessidade) de utilizar.

E uma garrafa de vinho? Bem, uma garrafa de vinho é sempre algo útil, mas qual é a graça em se ganhar uma garrafa que qualquer mortal pode ir ao mercado e comprar? A graça do presente é o “plus a mais”. Se o presente for uma garrafa de vinho, por que não pensar em algo criativo, talvez relacionado como o nome do vinho. Se você tem um amigo chamado Fausto, existe um vinho com o mesmo nove. Nem sei se é bom, mas é um presente que chama a atenção. Ou algum vinho diferente, de alguma variedade de uva não tão conhecida ou de alguma região pouco famosa.

Houve uma época em que vinho brasileiro bom era o Marcus James. Chegaram os importados e o panorama mudou. Agora vivemos a ditadura do Cabernet Sauvignon. Os pseudo-entendidos dizem “...este Cabernet Sauvignon da vinícula pqp é muito bom.” só porque leram o nome do varietal no rótulo.

É uma pena, porque acabamos nos restringindo a apenas um tipo de uva. Por que deixamos nas gôndolas Merlot, Malbec, Pinot Noir, Carménère, Sauvignon Blanc? Só o Cabernet Sauvignon é que presta? E há ainda tantos outros vinhos, de regiões produtoras não tem conhecidas, será que são todos vinhos ruins?

No meu aniversário recebi de presente uma garrafa de vinho Ciró, produzido no sul da Itália. É algo pouco usual, reconheço. E um ótimo presente: útil (desnecessário explicar o porquê), e extremamente criativo.

Provei o vinho na semana passada, acompanhado de carne de capivara. Na próxima oportunidade, escolherei uma carne mais suave.


segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Alexander Soljenitsin

Sou ligado a rotinas. Uma delas é, logo de manhã, dar uma rápida lida no jornal do dia, tomando um chimarrão. Como o jornal é extenso e meu tempo curto, muitas partes são preteridas, como a página policial e o obituário, a não ser se algo chame a atenção dos meus olhos, como foi o caso da notícia que li hoje, que dizia da morte de um Nobel de Literatura: Alexander Soljenitsin.


O período que eu mais li foi nos primeiros anos da minha atividade profissional, quando o que não me faltava era tempo. Foi nessa época em que descobri Soljenitsin, através da indicação de um amigo, que contou-me de um livro que lera, O Arquipélago Gulag, que narrava os horrores dos campos de prisioneiro da Sibéria durante a dutadura comunista. Procurei-o na biblioteca pública da cidade, mas encontrei apenas outros três, que me entreteram por muitos dias. O meu preferido foi Agosto 1914, que conta a participação russa na Primeira Guerra Mundial.


Mas ainda não tive o prazer de ler o livro que me fez conhecer Soljenitsin. Quem sabe nos próximos 15 anos eu consiga.


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